Direito de resposta ( nós aqui temos tudo...)
Publicamos aqui um texto que nos foi enviado por um antigo colega de tropa, embora esta não seja a nossa política habitual. Aproveitamos para lembrar ao Manel Chicória e ao Ramiro "Aventesma" Silva que os seus textos sobre "gajas históricas" não se enquadram na nossa linha editorial.
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Sobre as onze diferenças entre a esquerda, a direita, e as pessoas inteligentes ( a propósito disto )
1. A esquerda saloia diz "companheira"; a direita saloia prefere dizer "a minha mulher"; as pessoas inteligentes estão-se nas tintas para estas distinções.
2."Um idiota de direita" é quase sempre um pleonasmo; "um idiota de esquerda" é frequentemente redundante; uma pessoa inteligente é idiota por desfastio.
3. Um magnata de esquerda é um oxímoro; um magnata é de direita quando parte o vidro do carro ao atirar a garrafa de água pela janela - de preferência em directo para a TSF; uma pessoa inteligente sabe que há coisas muito mais importantes do que reflectir sobre as diferenças entre magnatas de esquerda e de direita - e atira as garrafas vazias para o lixo ( para o vidrão, quando são de vidro...).
4. Uma pessoa inteligente erra e tem dúvidas; um político de esquerda erra e assume por vezes as suas dúvidas; um político de direita nunca erra e raramente tem dúvidas.
5. Uma pessoa inteligente sabe que a erudição é ambidestra; um erudito de esquerda não agradece gentilezas ao Dr. Machado de Assis; um erudito de direita aprecia concertos de violino de Chopin e -quando é mesmo muito erudito- sonatas para violoncelo de Charpentier.
6. Um ministro de direita sem restrições orçamentais é um populista irresponsável; um ministro de esquerda sem restrições orçamentais é um homem sensível às preocupações sociais, embora possa estar a ser irresponsável; uma pessoa inteligente acredita que as restrições orçamentais não podem adquirir um carácter ideológico, sendo meramente uma forma de equilibrar as finanças do Estado para que melhor se possa responder às preocupações sociais, pois entende que o Estado deve promover a felicidade e fazer-nos avançar uns lugarzinhos na tabela da Unesco.
7. Um católico de direita faz aquilo que lhe ensinaram; um católico de esquerda está sempre a arranjar problemas; uma pessoa inteligente só pode ser agnóstica.
8. A esquerda subsidia a cultura; a direita puxa da pistola quando ouve falar em Cultura; uma pessoa inteligente sabe onde deve colocar as vírgulas ( e reconhece a ironia, disfarçada de lapsos com maíusculas e minúsculas ).
9. Uma associação secreta de esquerda não cria colégios; uma associação secreta de direita cria colégios para fingir que não é secreta e afasta os meninos das meninas; uma pessoa inteligente escolhe um colégio que não seja de direita ou confia nas escolas públicas.
10. O africanismo de esquerda é neocolonialista, na sua vertente cultural; o africanismo de direita é neocolonialista, na sua vertente capitalista; uma pessoa inteligente prefere que não se use o termo "africanismo".
11. Um escritor inteligente fala sobre o que é intemporal no Homem; muitos escritores de esquerda falam sobre "o Homem na sociedade" ( o que quer que isso seja ); alguns escritores de direita falam sobre os amigos, o pequeno-almoço, a mulher-a-dias, as namoradas que gostariam de ter se não fossem obesos, os passeios na Avenida de Roma, as aventuras na catequese, tendo a revista Xis como principal fonte de inspiração - até há quem chegue a publicar rolos de papel higiénico encadernados ( tudo muito "light"...).
[ Rui Lopes ]
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Sobre as onze diferenças entre a esquerda, a direita, e as pessoas inteligentes ( a propósito disto )
1. A esquerda saloia diz "companheira"; a direita saloia prefere dizer "a minha mulher"; as pessoas inteligentes estão-se nas tintas para estas distinções.
2."Um idiota de direita" é quase sempre um pleonasmo; "um idiota de esquerda" é frequentemente redundante; uma pessoa inteligente é idiota por desfastio.
3. Um magnata de esquerda é um oxímoro; um magnata é de direita quando parte o vidro do carro ao atirar a garrafa de água pela janela - de preferência em directo para a TSF; uma pessoa inteligente sabe que há coisas muito mais importantes do que reflectir sobre as diferenças entre magnatas de esquerda e de direita - e atira as garrafas vazias para o lixo ( para o vidrão, quando são de vidro...).
4. Uma pessoa inteligente erra e tem dúvidas; um político de esquerda erra e assume por vezes as suas dúvidas; um político de direita nunca erra e raramente tem dúvidas.
5. Uma pessoa inteligente sabe que a erudição é ambidestra; um erudito de esquerda não agradece gentilezas ao Dr. Machado de Assis; um erudito de direita aprecia concertos de violino de Chopin e -quando é mesmo muito erudito- sonatas para violoncelo de Charpentier.
6. Um ministro de direita sem restrições orçamentais é um populista irresponsável; um ministro de esquerda sem restrições orçamentais é um homem sensível às preocupações sociais, embora possa estar a ser irresponsável; uma pessoa inteligente acredita que as restrições orçamentais não podem adquirir um carácter ideológico, sendo meramente uma forma de equilibrar as finanças do Estado para que melhor se possa responder às preocupações sociais, pois entende que o Estado deve promover a felicidade e fazer-nos avançar uns lugarzinhos na tabela da Unesco.
7. Um católico de direita faz aquilo que lhe ensinaram; um católico de esquerda está sempre a arranjar problemas; uma pessoa inteligente só pode ser agnóstica.
8. A esquerda subsidia a cultura; a direita puxa da pistola quando ouve falar em Cultura; uma pessoa inteligente sabe onde deve colocar as vírgulas ( e reconhece a ironia, disfarçada de lapsos com maíusculas e minúsculas ).
9. Uma associação secreta de esquerda não cria colégios; uma associação secreta de direita cria colégios para fingir que não é secreta e afasta os meninos das meninas; uma pessoa inteligente escolhe um colégio que não seja de direita ou confia nas escolas públicas.
10. O africanismo de esquerda é neocolonialista, na sua vertente cultural; o africanismo de direita é neocolonialista, na sua vertente capitalista; uma pessoa inteligente prefere que não se use o termo "africanismo".
11. Um escritor inteligente fala sobre o que é intemporal no Homem; muitos escritores de esquerda falam sobre "o Homem na sociedade" ( o que quer que isso seja ); alguns escritores de direita falam sobre os amigos, o pequeno-almoço, a mulher-a-dias, as namoradas que gostariam de ter se não fossem obesos, os passeios na Avenida de Roma, as aventuras na catequese, tendo a revista Xis como principal fonte de inspiração - até há quem chegue a publicar rolos de papel higiénico encadernados ( tudo muito "light"...).
[ Rui Lopes ]
7 Comments:
Simplesmente... FABULOSO !!!
(Um admirador quase inteligente)
Meu caro amigo,
Li, com enorme prazer, a sua resposta à minha resposta. Ocorreu-me, entretanto, a 12ª diferença entre a esquerda, a direita, e as pessoas inteligentes: as pessoas inteligentes têm caixas de comentários que permitem o diálogo entre pessoas inteligentes, pessoas de esquerda e pessoas de direita; a esquerda e a direita nem sempre têm.
Não vislumbro vitupérios que possa entender como sendo dirigidos à sua ilustre pessoa - sobretudo se acrescentar o advérbio "exclusivamente". Não faço ideia se vossa excelência sofre de obesidade ou anorexia. Sei, apesar disso, que há quem sofra e escreva e se queixe por escrito de sofrer - mas que raio!Façam dieta!
O pior insulto que lhe poderia dirigir - e, atente bem, não o farei - seria afirmar que vossa excelência realmente acredita no meu "ressentimento em relação à vida". Esta, sim, seria uma imprecação merecedora de duelo, pois implicaria a atribuição de um epíteto verdadeiramente soez à sua pessoa.
Quanto a erros factuais, poderíamos estar quites se vossa excelência não abusasse deles no seu texto. Assim, resta-me colher os despojos da vitória, ciente de que nenhum erro factual do meu texto poderá obnubilar o erro de julgamento cometido por vossa excelência no exacto momento em que decidiu escrever o seu.
Não sei onde poderá ter ido buscar a ideia de que pretendo fazer carreira no ramo do papel higiénico. Tal presunção só pode resultar de uma leitura transviada - quiçá até perversa - da minha prosa. Aconselho a leitura das instruções da embalagem Renova ( particularmente a dos 24 rolos ao preço de 22 ). Verá que é útil para futuras aventuras hermenêuticas. Posteriormente, poderá passar às embalagens de lenços de papel, que já exigem uma argúcia consideravelmente maior.
Não entendo o sentido de "existe um cuja calúnia que não lhe admito". Desconfio que há pronomes a mais, o que pode explicar a minha dificuldade exegética.
O que não lhe admito é que levante suspeições relativamente à propriedade e à pertinência sintática das minhas vírgulas. Reconheço alguma criatividade sintagmática, se é a isso que se refere ( que é o equivalente à tão propagada "criatividade orçamental" ). No entanto, se me quer insultar, prefiro que diga que sou apoiante deste governo - é tão inverosímil que ninguém acreditará...
Cordialmente,
Rui Lopes
Não sei quem é o Rui Lopes nem o Rodrigo Moita de Deus, mas uma coisa é verdade: no Bloff, pelo menos, pode-se comentar à vontade. Alguém me explica porque é que o Acidental não permite tal coisa? Já o Barnabé se queixa do mesmo! De qualquer modo, por uma questão de princípio, força Rui Lopes!
O Rui Lopes é um tipo que ainda me deve umas coroas desde o tempo da recruta. O Rodrigo Moita de Deus escreve no Acidentado. O Acidentado é um blogue. Um blogue é uma espécie de diário. Um diário é um caderninho onde as meninas registam coisas interessantes acerca da sua vida íntima e onde os meninos registam coisas interessantes acerca da vida íntima delas.
Qual era a pergunta?
Caríssimo Rodrigo,
Embora agnóstico por vocação de fé, há uma centelha de caridade cristã que brilha intermitentemente no meu coração. Por isso, não resisto a consolá-lo, vendo que se flagela de forma tão piedosa. Imagino as chagas em sangue, o cilício que o embaraça quando vai às compras, todo um manancial de culpa à boa maneira judaico-cristã. Peço-lhe, assim, que veja o lado bom da vida. Neste caso, que agradeça à Divina Providência por não se ter envolvido em debate com um fundamentalista do que quer que seja, mas tão somente com um indivíduo que acorda com dúvidas e se deita com inquietações - e não me refiro à minha consorte, claro está. Já agora: onde é que ficam as pessoas que dizem "consorte", lá no seu pertinentíssimo catálogo?.
Meu caro amigo, no que respeita à obesidade, pense nas pessoas cuja sombra devia pagar imposto; quanto ao seu carácter trauliteiro, pense em Avelino Ferreira Torres ( por falar nisso, já o recrutaram para o Acidentado? ); e a sua arrogância, caro Rodrigo, estou certo de que não rivalizará com aquela espécie animal - ainda por classificar - que encontrou habitat na ilha da Madeira; concluindo, pense em todos aqueles que não foram bafejados pela sorte, em todos os que suscitam dúvidas quanto à sua racionalidade, nos pobres de espírito ( embora estes já tenham bilhete para o Reino dos Céus, se lá couberem todos ), enfim, em todos os desgraçados que votaram no PSD acreditando que Durão Barroso ia ser Primeiro-Ministro até 2006. Ao pensar nestes, agradeça novamente ao Ente Supremo por não o ter incluido na percentagem ( 9% ) de analfabetos que ainda subsistem neste Portugal moderno. Acordará um homem novo.
Lamento informá-lo de que não caí nas armadilhas que tão engenhosamente espalhou ao longo deste seu último texto. Percebi a intenção: "vou escrever «replica», em vez de «réplica», e o bom do Lopes vai voltar ao argumento da ortografia; assim, apanho-o logo com o excesso de formalismo em detrimento do conteúdo.AH!", terá pensado o meu venerável interlocutor. Pois bem, deixo cair - perdoe o anglicismo. Como também deixo cair a vírgula que se introduziu entre "será que as minhas palavras" e "encontraram ainda a tolerância...". Nem uma única referência, como verá. Desta vez, os seus esforços para me encurralar no estilo de revisor ortográfico falharam redondamente.
Também só posso lamentar que tenha usado abusivamente a designação que forjei para o blogue no qual vossa excelência milita. Isto porque já verifiquei que se descreve como "acidentado" numa posta recente. Meu caro amigo, agradeça ao santinho da sua preferência por eu ser um indivíduo generoso e por não ter registado a ideia na SPA.
Para terminar, entendo que o problema da caixa de comentários só lhe traz uma desvantagem: ter que frequentar antros miseráveis, como este inenarrável Bloff, para poder continuar a esgrimir argumentos com pessoas como eu. Exceptuando isso, acho que vivemos em Democracia, portanto vale tudo, como se depreende pela prosa dos seus ilustres companheiros de blogue.
Por agora, não tenho tempo para mais.
Um abraço solidário,
Rui Lopes
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Este último comentário foi retirado por faltar ao respeito para com o deputado popular João Almeida, com observações do género "esse periquito imberbe com um penteado ridículo".
Não, agora a sério: foi só uma calinada do nosso amigo Rui Lopes, que se atrapalha muito com estas coisas da informática.
Aqui não há censura, insistimos.
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