Notícias do Bairro - Há dias assim...
Não, não comentamos futebol, pois há coisas bem piores...
Veja-se o mail que acabámos de receber do Repórter do Bloff:
Piratas
Após a entrevista ao Fernando Pessoa no âmbito do dossier "cadeiras pelos cornos abaixo", rumei a casa, mas a minha costela feirante falou mais alto. "Vou mas é comer uma sandes de coirato e beber um traçadinho antes de ir dormir", pensei, ao passar em Santarém.
Chegado à feira, dirigi-me à tasca. Sandes, só de toiro bravo, que o coirato já tinha acabado. "Que se lixe, lá terá que ser. Estou cheio de fome."
Uma esplanada quase vazia convidou-me a sentar, o que fiz, não sem antes estranhar que, com tantos lugares vagos, magotes de gente se acotovelassem por ali. "Estão armados em finos, se calhar não querem cadeiras de plástico", pensei.
Fui então abordado por um empregado da esplanada informando que teria de pagar 20 € por estar ali sentado, mas que o preço incluía uma cerveja. "Que se lixe, um dia não são dias; além disso, como a sandes é rija e o traçadinho já se foi, a cerveja até ajuda", e decidi pagar.
Pouco depois, dois outros forasteiros decidiram fazer-me companhia. "Oh amigo, então você quem é?", perguntou um deles. "Sou Repórter do Bloff!", respondi com orgulho. "E não tem medo de levar com uma cadeira nos cornos?", perguntou o outro.
Engasguei-me. Estava a ser seguido! Por quem?
"Atenção, vai entrar a primeira vaca!", ouviu-se na esplanada.
"Será que ouvi bem? Vaca?" pensei, ainda a tossir.
Ouvi um grito. Tarde demais.
Não sei quanto tempo passou. Atordoado, levantei-me com muito custo (os amigos tinham desaparecido) e dirigi-me ao barman. "O que é isto? Estou calmamente sentado numa esplanada, a comer uma sandocha de toiro bravo e a beber uma cerveja, e sou atacado por uma vaca? E ainda por cima paguei o lugar p´ra não estar no meio daquela gente toda? Quero o meu dinheiro de volta e fique sabendo que vou apresentar queixa. Tenho o recibo comigo p´ra fazer prova.", disse-lhe, zangado.
"Desculpe, senhor,não está a perceber!", respondeu o barman.
"Como não estou a perceber? O recibo está aqui!", gritei-lhe, abrindo o papel que me havia dado.
Nem queria acreditar. Estava escrito:
Piratas, preciso de ajuda! Afinal, a culpa é vossa! Não me podiam ter arranjado outra matéria p´ra fazer? Parece destino! Antes passear com a mulher-avestruz!
Estou todo dorido mas já comprei Hirudoid. Amanhã ou depois, penso estar de volta.
BR
Veja-se o mail que acabámos de receber do Repórter do Bloff:
Piratas
Após a entrevista ao Fernando Pessoa no âmbito do dossier "cadeiras pelos cornos abaixo", rumei a casa, mas a minha costela feirante falou mais alto. "Vou mas é comer uma sandes de coirato e beber um traçadinho antes de ir dormir", pensei, ao passar em Santarém.
Chegado à feira, dirigi-me à tasca. Sandes, só de toiro bravo, que o coirato já tinha acabado. "Que se lixe, lá terá que ser. Estou cheio de fome."
Uma esplanada quase vazia convidou-me a sentar, o que fiz, não sem antes estranhar que, com tantos lugares vagos, magotes de gente se acotovelassem por ali. "Estão armados em finos, se calhar não querem cadeiras de plástico", pensei.
Fui então abordado por um empregado da esplanada informando que teria de pagar 20 € por estar ali sentado, mas que o preço incluía uma cerveja. "Que se lixe, um dia não são dias; além disso, como a sandes é rija e o traçadinho já se foi, a cerveja até ajuda", e decidi pagar.
Pouco depois, dois outros forasteiros decidiram fazer-me companhia. "Oh amigo, então você quem é?", perguntou um deles. "Sou Repórter do Bloff!", respondi com orgulho. "E não tem medo de levar com uma cadeira nos cornos?", perguntou o outro.
Engasguei-me. Estava a ser seguido! Por quem?
"Atenção, vai entrar a primeira vaca!", ouviu-se na esplanada.
"Será que ouvi bem? Vaca?" pensei, ainda a tossir.
Ouvi um grito. Tarde demais.
Não sei quanto tempo passou. Atordoado, levantei-me com muito custo (os amigos tinham desaparecido) e dirigi-me ao barman. "O que é isto? Estou calmamente sentado numa esplanada, a comer uma sandocha de toiro bravo e a beber uma cerveja, e sou atacado por uma vaca? E ainda por cima paguei o lugar p´ra não estar no meio daquela gente toda? Quero o meu dinheiro de volta e fique sabendo que vou apresentar queixa. Tenho o recibo comigo p´ra fazer prova.", disse-lhe, zangado.
"Desculpe, senhor,não está a perceber!", respondeu o barman.
"Como não estou a perceber? O recibo está aqui!", gritei-lhe, abrindo o papel que me havia dado.
Nem queria acreditar. Estava escrito:
Mesa de tortura
Eu, abaixo assinado, declaro aceitar, sem quaisquer condições, levar com uma cadeira pelos cornos abaixo.
Mais informo que me responsabilizo integralmente pelos danos físicos / psíquicos que me possam ser infringidos pela vaca.
Piratas, preciso de ajuda! Afinal, a culpa é vossa! Não me podiam ter arranjado outra matéria p´ra fazer? Parece destino! Antes passear com a mulher-avestruz!
Estou todo dorido mas já comprei Hirudoid. Amanhã ou depois, penso estar de volta.
BR
1 Comments:
Ele há reporteres distraídos...Estavas em plena largada de toiros da Feira Nacional de Agricultura !
Oh reporter ! Podias ter aproveitado para te cultivares...
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