Os amigos são para as ocasiões
O nosso amigo Rodrigo Moita de Deus, que escreve naquele blogue de betos reaccionários vagamente fascistas( se compreender a piada, notará a delicadeza adverbial ), estranha a ausência de polémicas iniciadas por outros blogues - de esquerda, provavelmente.
Na minha modesta opinião, não há aqui nada de particularmente assombroso. É que, enquanto o Rodrigo anda para aí a explorar o proletariado com os seus amigos, a esquerda vai tendo coisas mais interessantes para fazer - como, por exemplo, ser explorada.
Depois indaga por que razão ninguém lhe respondeu a propósito dos cartazes da JSD. É óbvio, caro Rodrigo: é que o meu caro amigo não foi o único a gostar desses objectos para uso exterior. Toda a gente gostou. Eram bonitos, inteligentes, decentes, feitos por pessoas bem intencionadas e apreciadoras de política séria, produto óbvio de muito estudo e leitura - ah! e eu sou o Pai Natal e o meu cão aprendeu a ler com o programa do Goucha. Nada mais havia a dizer, portanto.
O problema é outro, caro de Deus. De facto, o blogue que acolhe a sua ilustre verve é, indubitavelmente, uma referência incontornável na blogosfera nacional e estrangeira ( sem ofensa para os seus colegas nacionalistas ultramontanos ). A arraia-miúda, como o Bloff, pensa duas vezes antes de se meter com tais colossos. Não queremos ser humilhados por indivíduos com a craveira intelectual dos seus amigos, como deve concordar. Por outro lado, não temos a certeza de compreender as vossas palavras, pois o nível de discussão situa-se muito para além da nossa reduzida capacidade intelectiva - eu, por exemplo, confesso que não lia nada tão complexo desde que acabei de ler umas coisitas do Donald Davidson que tenho ali em cima da mesa de cabeceira ( semi-parafraseando um notável futebolista que não envergonharia o seu blogue ).
Quanto à solidariedade, já estamos conversados. Manifestei-a oportunamente, com a veemência que tal insulto exigia. E quanto ao RAP, até vos demos umas anedotas de borla.
Numa coisa tem razão: há muito por onde pegar na blogosfera. A concorrência aumenta diariamente, a um ritmo vertiginoso. Descubro cada vez mais blogues de extrema-direita, nacionalistas, neo-fascistas, saudosistas de um tempo que ainda me envergonha enquanto cidadão deste país, entre outras descrições possíveis para a pequena galeria de horrores que se vai construindo. É que a direita confunde-se facilmente, sabe? Quando se aproveita Auschwitz para falar de Estaline, quando se fazem contas aos mortos no Iraque para defender a guerra ( ah, é verdade, esta é Santa, não é? ), enfim...quando se entra num revisionismo que relativiza o que não é relativizável, está-se mesmo a pedir um epíteto desagradável. Com tantos psicólogos por aí, porque é que não resolvem de uma vez por todas esses complexos de inferioridade moral?
Resta a indiferença. E é a minha vez de estranhar que a indiferença o incomode, pois uma das teorias que li por aí (ou noutro blogue da família beto-reaccionária ) sugeria que a direita é mais cínica que a esquerda,o que a tornaria mais sedutora, inteligente, blábláblá até ao disparate final. Ora, quanto a cinismo, acho que também já estamos conversados há muito tempo. Eu, por exemplo, levo sempre a minha lanterna quando vou ao Acidentado... ( se não perceber esta, eu explico )
Mas anime-se: enquanto a Caixa não for privatizada, pode sempre abrir polémica sobre a sua privatização.
E os contadores são como as sondagens: valem o que valem.
Pirata Fantasma
( não nos poupe com os pseudónimos, vá lá )
Na minha modesta opinião, não há aqui nada de particularmente assombroso. É que, enquanto o Rodrigo anda para aí a explorar o proletariado com os seus amigos, a esquerda vai tendo coisas mais interessantes para fazer - como, por exemplo, ser explorada.
Depois indaga por que razão ninguém lhe respondeu a propósito dos cartazes da JSD. É óbvio, caro Rodrigo: é que o meu caro amigo não foi o único a gostar desses objectos para uso exterior. Toda a gente gostou. Eram bonitos, inteligentes, decentes, feitos por pessoas bem intencionadas e apreciadoras de política séria, produto óbvio de muito estudo e leitura - ah! e eu sou o Pai Natal e o meu cão aprendeu a ler com o programa do Goucha. Nada mais havia a dizer, portanto.
O problema é outro, caro de Deus. De facto, o blogue que acolhe a sua ilustre verve é, indubitavelmente, uma referência incontornável na blogosfera nacional e estrangeira ( sem ofensa para os seus colegas nacionalistas ultramontanos ). A arraia-miúda, como o Bloff, pensa duas vezes antes de se meter com tais colossos. Não queremos ser humilhados por indivíduos com a craveira intelectual dos seus amigos, como deve concordar. Por outro lado, não temos a certeza de compreender as vossas palavras, pois o nível de discussão situa-se muito para além da nossa reduzida capacidade intelectiva - eu, por exemplo, confesso que não lia nada tão complexo desde que acabei de ler umas coisitas do Donald Davidson que tenho ali em cima da mesa de cabeceira ( semi-parafraseando um notável futebolista que não envergonharia o seu blogue ).
Quanto à solidariedade, já estamos conversados. Manifestei-a oportunamente, com a veemência que tal insulto exigia. E quanto ao RAP, até vos demos umas anedotas de borla.
Numa coisa tem razão: há muito por onde pegar na blogosfera. A concorrência aumenta diariamente, a um ritmo vertiginoso. Descubro cada vez mais blogues de extrema-direita, nacionalistas, neo-fascistas, saudosistas de um tempo que ainda me envergonha enquanto cidadão deste país, entre outras descrições possíveis para a pequena galeria de horrores que se vai construindo. É que a direita confunde-se facilmente, sabe? Quando se aproveita Auschwitz para falar de Estaline, quando se fazem contas aos mortos no Iraque para defender a guerra ( ah, é verdade, esta é Santa, não é? ), enfim...quando se entra num revisionismo que relativiza o que não é relativizável, está-se mesmo a pedir um epíteto desagradável. Com tantos psicólogos por aí, porque é que não resolvem de uma vez por todas esses complexos de inferioridade moral?
Resta a indiferença. E é a minha vez de estranhar que a indiferença o incomode, pois uma das teorias que li por aí (ou noutro blogue da família beto-reaccionária ) sugeria que a direita é mais cínica que a esquerda,o que a tornaria mais sedutora, inteligente, blábláblá até ao disparate final. Ora, quanto a cinismo, acho que também já estamos conversados há muito tempo. Eu, por exemplo, levo sempre a minha lanterna quando vou ao Acidentado... ( se não perceber esta, eu explico )
Mas anime-se: enquanto a Caixa não for privatizada, pode sempre abrir polémica sobre a sua privatização.
E os contadores são como as sondagens: valem o que valem.
Pirata Fantasma
( não nos poupe com os pseudónimos, vá lá )
1 Comments:
Excelente!!!
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